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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





01 fevereiro 2006

As caricaturas da ignorância

A crise política e diplomática provocada pela publicação das caricaturas de Maomé é a prova acabada de como é difícil entendermos os que nos são estranhos.
Isto, partindo do princípio que a publicação das ditas caricaturas não foi feita com intuito provocatório.
Acontece, simplesmente, que para nós, europeus, já nada é sagrado. E custa-nos entender as razões da zanga dos muçulmanos.
Os preceitos religiosos islâmicos proíbem a representação do Profeta. Nas mesquitas não há imagens de Maomé, nem nas escrituras sagradas.
Para os católicos, tudo é diferente. E nas igrejas, católicas ou ortodoxas, quanto mais imagens do Profeta melhor.

Depois, há outro pormenor: a liberdade de expressão. Nas democracias ocidentais não se pode limitar a liberdade, nem mesmo em nome de Deus.
Embora isto não possa ser entendido como um dogma civilizacional… a verdade é que a liberdade de expressão e de imprensa são direitos fundamentais dos regimes democráticos.
E temos de perceber que isto custe tanto a entender para um muçulmano, como para nós é difícil perceber os preceitos religiosos do islamismo.
É a ignorância mútua.

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