A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





26 janeiro 2009

Na noite de 26 de Janeiro de 2001

Dezenas de famílias acordaram sobressaltadas, com GNR e habitantes a anunciarem cheias provocadas pelo transbordo do rio Mondego. Abriram-se telejornais, as pessoas "dos altos" vieram ver a dimensão da tragédia, deixando a sua pedrita como marca, para quando voltasse aferir se a água tinha subido ou descido.
As pessoas atingidas, idosas na sua maioria, para além dos bens materiais (que por vezes assumem uma importância além do seu real valor), sofreram um susto e uma incerteza quanto ao futuro a curto, médio e longo prazo, que só o tempo se encarregou de ir tratando.
Só o tempo, porque os responsáveis (autarcas locais e regionais, INAG, DRAOT (CCRC), EDP, ICN, etc...) nunca chegaram a uma conclusão suficientemente concensual para que fosse divulgada aos interessados em particular e a todos em geral.
Tenho para mim que as conclusões (que uma qualquer comissão de inquérito apuraria em pouco tempo), atingiriam responsáveis bem suportados nas fortes teias do poder (essas que raramente permitem que um dos seus membros seja mais do que beliscado), pelo que foi mais fácil entregar uns fogões, cobertores ou umas camas, além de umas pequenas verbas monetárias (abafando o descontentamento) e deixar as pessoas na angústia da incerteza.
Oito anos passados, as causas das cheias de 2001 e os seus responsáveis continuam incógnitos.
De que adiantaria saber quais as causas? Tomar medidas para que não se repetissem!
De que adiantaria os nomes dos responsáveis? Tomar medidas para que não assumissem lugares de chefia!
Entretanto, pode ser que não chova muito nos próximos Invernos e a população que sofreu vai morrendo e envelhecendo ao ponto de já não ter a memória fresca...
Porque as árvores de grande porte lá estão no leito do rio, prontas a servirem de impedimento à livre passagem das águas, bem como os seixos e areias que minuto a minuto se vão acumulando. Mas isto sou eu a "Geologar"...




2 comentários:

Anónimo disse...

A culpa vai mais uma vez morrer solteira. Estamos no verdadeiro País da treta.

Anónimo disse...

Segundo algumas noticias que foi lendo e vejo aqui sobre este assunto a culpa não é de ninguém.....
Então vamos ver uma coisita
"Entretanto, o responsável da protecção civil de Coimbra, Carlos Gonçalves, pôs o dedo na ferida "Precisamos de uma cultura de coordenação da protecção civil a vários níveis, porque as populações deixaram de prevenir as cheias". Especifica: "Nos últimos 12 anos, Coimbra esteve por cinco vezes com caudais de nível máximo de risco (1989, 1996, 2000 )"
in "Dário de Noticias"
Perante este cenário pergunto eu ao responsável da protecção civil, com este historial não seria da responsabilidade da protecção civil analisar, prevenir, precaver, coordenar, avisar e salvar a população
Corradi