Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo
Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
Da vida vazia
Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Que queres alcançar? Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar
Não me conseguem alcançar
2 comentários:
Um grande poema para uma grande canção de António Variações, inesquecível!
Sei que o poema é qualquer coisa que nos transforma. O poeta sonha sempre transformar o homem, mudar a vida .
Eugénio de Andrade.
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