A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





26 abril 2009

Não sou muito dado a poemas...

Diz-me que solidão é essa
Que te põe a falar sozinho
Diz-me que conversa
Estás a ter contigo

Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existe
Ninguém que te veja

Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te liberta
Da vida vazia
Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Que queres alcançar?
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos

Lá vai o maluco
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente

Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar

Mas eu estou sempre ausente e não me conseguem alcançar
Não me conseguem alcançar

2 comentários:

Leão Leiria disse...

Um grande poema para uma grande canção de António Variações, inesquecível!

Unknown disse...

Sei que o poema é qualquer coisa que nos transforma. O poeta sonha sempre transformar o homem, mudar a vida .

Eugénio de Andrade.