Há cerca de um mês fui interpelado na rua por um rapaz com cerca de 25 anos, bem arranjado, mais de 1.80m, cabelo grande. Saiu dum carro e dirigiu-se a mim em passo de corrida, mas com um sorriso rasgado, o que me deixou descansado. - "Então Stor? Tudo bem consigo?" Tratava-se de um rapazola que eu já não via desde o início do Século (altura em que saiu da Instituição) e que me contou que estava orientado, a trabalhar num hotel no Porto (nasceu nessa cidade e por lá tem algumas raízes).
Depois de um abraço sentido, recordarmos alguns bons momentos passados há uma década e lá fui fazendo umas perguntas. Quando me disse que a namorada estava grávida, disse-lhe que agora tinha que ter muito juízo. Interrompeu-me com uma resposta que me marcou: "Stor, depois do que passei, acha que quero que o meu filho passe pelo mesmo?" Quando chegou tinha 2 anitos e tinha sido abandonado pela mãe (o pai não tinha condições funcionais para ter os filhos todos - eram 6). Era bom que assim fosse sempre. Mas em muitos casos, a corrente não parte e compostamentos desajustados dos avós, das mães e pais, acaba por se reflectir nos miúdos e nos seus descendentes. É um cliclo que parece não ter fim. Para o Marco, um abraço e força para manter essa maneira de pensar e agir.
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