A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





21 fevereiro 2011

Uma década depois...

Há cerca de um mês fui interpelado na rua por um rapaz com cerca de 25 anos, bem arranjado, mais de 1.80m, cabelo grande.
Saiu dum carro e dirigiu-se a mim em passo de corrida, mas com um sorriso rasgado, o que me deixou descansado.
- "Então Stor? Tudo bem consigo?"
Tratava-se de um rapazola que eu já não via desde o início do Século (altura em que saiu da Instituição) e que me contou que estava orientado, a trabalhar num hotel no Porto (nasceu nessa cidade e por lá tem algumas raízes).
Depois de um abraço sentido, recordarmos alguns bons momentos passados há uma década e lá fui fazendo umas perguntas. Quando me disse que a namorada estava grávida, disse-lhe que agora tinha que ter muito juízo.
Interrompeu-me com uma resposta que me marcou: "Stor, depois do que passei, acha que quero que o meu filho passe pelo mesmo?"
Quando chegou tinha 2 anitos e tinha sido abandonado pela mãe (o pai não tinha condições funcionais para ter os filhos todos - eram 6).
Era bom que assim fosse sempre. Mas em muitos casos, a corrente não parte e compostamentos desajustados dos avós, das mães e pais, acaba por se reflectir nos miúdos e nos seus descendentes. É um cliclo que parece não ter fim.
Para o Marco, um abraço e força para manter essa maneira de pensar e agir.

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