A enclavar desde 2005

«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





28 novembro 2012

Os estivadores e a estiva...

Os trabalhadores portuários estão em greve desde Setembro e prometem continuar até Dezembro.

Mesmo que me pareça pouco patriótico, bloquear uma das principais tentativas para Portugal sair da crise (as exportações aumentaram, mas sofreram um abrandamento, em parte, pela inoperância dos portos, provocada pelas greves sucessivas), o que faz mais impressão é uma classe profissional (que eu não imaginava tão bem paga), conseguir estar semanas seguidas em greve.

Sim, porque para os menos atentos, as greves são um direito, mas nos dias em que se fazem, não se recebem vencimento (e julgo que nem subsídio de refeição).

Claro que alguns sindicatos (estou-me a recordar dos do sector ferroviário), já contemplam uma quota adicional para prevenir essas situações, repondo a estrutura sindical os dias de greve em que os trabalhadores não teriam direito ao vencimento.

Os professores, nunca fazem greves de mais que um dia, pois pesa ao final do mês. Porque é que não estudei para estivador?!?!

4 comentários:

Leão de Leiria disse...

Tens que ler tudo como deve ser! A greve que está a ser feita é às horas extras que eles faziam todos os dias e que estão a ser pagas a um valor miserável. Tens que ver que eles fazem o horário de 8 horas todos os dias e no fim das 8 horas acabou! A greve vem a seguir a esse período de trabalho. Sabes é que para eles pagarem o subsidio de férias e de Natal aos chulos dos técnicos que trabalham nos diferentes ministérios, roubam aos desgraçados dos trabalhadores, que fazem uma média de 12 a 14 horas por dia, mas isto eu não ouço falar nem leio em jornal nenhum!!!

JPG disse...

Se a greve apenas às horas extra causa tanto transtorno, então os gestores que acabem com delas e empreguem mais trabalhadores.

As horas extras devem ser esporádicas e pontuais, caso contrário, ou os trabalhadores as fazem para duplicar o preço/hora - houve casos em que triplicava - ou os npatrões não estão a fazer uma correcta gestão dos recursos humanos e tentam "esmirfar" os funcionários.

Agora deixa o país "empancado, principalmente as suas empresas exportadoras, não é justificável e deve ser ultrapassado.

Entretanto, no ensino, nos últimos 19 anos - aqueles que conheço por dentro - havia um nº limite de horas extraordinárias (3 por semana). Há uns anos a esta parte, foram proibídas todas as horas extraordinárias (até se faze, mas não se recebe um "tusto"), porque foram suprimidas por decreto.

Trabalçhar 14 horas por dia, mas receber 8 no vencimento normal e mais 6 como horas extraordinárias, há uns tempos atrás correspondia a mais de dois vencimentos - no fundo, muitos preferiam essa situação, como alguns emigrantes fazem por esse mundo fora, trabalham o dobro, mas ganham o dobro.

Entendo que não devem ser explorados, mas as acumulações exageradas não são comportáveis com a crise que vivemos, pois distribuir o emprego é distribuir a riqueza.

Anónimo disse...

Atã e nã é que ficavas mesmo bem como estiva?! Bem melhor do que como "professor". Não te esqueças que para opinar convenientemente, é preciso conhecer bem ambos os lados. (aproveita a sugestão e não te darás nada mal)

JPG disse...

Não teria qualquer problema em ser estivador.

A inveja deve ser danada, mas deixa lá que um dias ainda serás gente.

Quanto ao "professor", com "alunos" como tu, mais vale tentar ensinar um burro a ler, pois pelo menos se der coices, eu já conto com eles...

Sobre o assunto em questão, já que és tão conhecedor dos dois lados (ainda acabas na beira-rio), opina lá tu melhor que a malta agradece.