Os meus minutos de fama...

Confesso que pensei muitas vezes antes de divulgar o vídeo da homenagem que me fizeram na televisão, no Dia do Pai.

Mas, foi para mim um momento muito marcante (para a vida, digo eu) e quem o proporcionou e nele participou, fê-lo para que fosse público.

 

Resta-me apenas:

1 – Esclarecer que fui completamente apanhado de surpresa (coisa a que não estou habituado, pois “tenho a mania de controlar tudo”), estando tão longe de tal propósito que mesmo um ou outro pormenor que agora “a frio” pudesse levantar alguma suspeita, na altura não fez o menor sentido.

2 – Agradecer a quem teve a ideia, a quem a colocou em prática, aos que nela participaram (das mais diversas formas) e aos inúmeros Amigos que com todo o altruísmo fizeram e fazem parte da minha rede social e que permitem de tantas maneiras ajudar estes meninos/homens que nasceram para vencer as adversidades.

3 – Explicar, com toda a sinceridade que esta surpresa/homenagem injustamente apenas me evocou, pois outras pessoas (algumas obviamente identificáveis), mas também todas aquelas que conseguem absorver alguma raiva que os meninos institucionalizados possam ter para com a sociedade em geral e olhar para eles como seres humanos fragilizados, mas cheios de potencial, no fundo, colocar o superior interesse do seu desenvolvimento enquanto cidadãos, à frente dos seus interesses pessoais/financeiros.

4 – Lembrar que este acontecimento, para mim tão marcante, até pelo simbolismo da data, apenas me traz mais responsabilidade na tentativa de continuar a ajudar jovens que tendo muito valor, por vezes passam algumas dificuldades, principalmente atendendo à conjectura actual.

5 – Desculpar-me por não ter tido racionalidade suficiente (as emoções foram mais fortes), para aproveitar os meus “minutos de fama”, para agradecer a tantas pessoas e principalmente enaltecer o trajecto de muitos jovens adultos que insistem em triunfar e em serem Seres Humanos na sua plenitude.

6 – Retribuir aos “meus” meninos o esforço e carinho que me demonstraram (não só aos que participaram – directa ou indirectamente), mas a todos os que ao longo de 13 anos me deram o privilégio de com eles ir convivendo e sobretudo… aprendendo!

7 – Corresponder as palavras de apreço que recebi de muitos Amigos, que despretenciosamente e com sinceridade entenderam parabenizar-me e por momentos ajudaram a fazer o Mundo mais humano.

8 – Pedir à “meia-dúzia” (talvez nem tanto) de “aziados” que continuem a descarregar em mim as suas frustrações, mas por favor, não se limitem a aguardar que o relógio corra e o fim do mês chegue, pois todos podemos e devemos fazer mais por aqueles meninos. Não queiram ser apenas “mais um”! Vá lá, façam um esforço! Vão ver que não custa nada e a compensação interior é enorme! Saibam escutar os pequenos, mas com ouvidos puros, não por frete ou obrigação, sempre à espera de apanhar “pontos fracos”. Aprendam a ser felizes, pois as lamúrias não ajudam ninguém.

 Miúdos, Obrigado por me terem adoptado como vosso “Pai”!!!