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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





22 janeiro 2014

Há alguém por aí com saudades de Coimbra???


5 comentários:

Buxexinhas disse...

Já tenho saudades antes de as ter! ;) Beijinhos primito

Ana disse...

muitas!!!

Super-febras disse...

Olá João, olá Menina Sofia:
Que vista! Que panorama! Que memórias!

-Já tenho saudades antes de as ter! Diz a jovem Sofia.

É... É... Não é só possível, e confesso que foi só após ler esta frase, pensar "louca" e reflectir talvez nem um minuto, como é aquilo que sempre senti pela nossa anfiteatral cidade berço. Que linda!
Ter tido saudades antes de as ter, foi o que me fez tantas das vezes que atravessava a Ponte de Santa Clara e chegava à margem sul do, tão amado pelo nosso maior poeta, Mondego, vontade de voltar-me e mirar de novo a estudiosa e calma cidade! Talvez premeditasse que um dia partiria de vez.
Ter tido saudades antes de as ter foi aquilo que me fazia inspirar bem fundo o cheiro de pasteis em tabuleiros levados a cabeça por belas raparigas, como se fossem elas as novas tricanas, envoltos do forte aroma de café que exalava o 'Brasileira'.
Ter tido saudades antes de as ter foi a vontade inexplicável de inalar não só os cheiros mas também decorar os sons agudos dos alegres gritos de uma populaça estudantil fazendo piscinas pela 'baixa' , sons que se misturavam, tal orquestra sinfónica, com um incessante apregoar de jornais, cautelas, roupas e sapatos, o buzinar de carros e um chilrear rítmico dos apitos dos "sinaleiros", o chiar férreo entre rodas e carris dos muitos "eléctricos" que cidade a cima, cidade abaixo transportavam o formigueiro atarefado de pessoas que ensinavam e estudavam, vendiam e compravam, cura prestavam ou procuravam, o ruído do rolar de vez em quando de uma vermelha automotora... Tudo sem solfejo, sem pauta e sem condutor dançado no sapatear frenético de quem com pressa subia e descia as "Escadas de Santiago", do estalar em écoo das solas de quem atrasado ao sinal da "Cabra", "Quebra Costas" acima corria esfalfado e quem varrido de amores, ao ritmo do seu coração apaixonado, salteava dois a dois os degraus da "monumental" rumo aos beijos suculentos, quem sabe secretos que o esperavam na "Sereia".
Ao olhar esta bela foto, nas águas prateadas pelo cinzento dos céus, fossem as nuvens como um manto de avó, ternurento e agasalhador, quem embala e em serenata adormece a cidade, bastou que o vento amainasse para que nelas o fotógrafo capturasse não só a tão bela cidade, beleza, herança de Inês, mas também a sua reflexão e na reflexão nos demonstrar que tal como na saudade é possível o já o ser, o já sentir, o já haver antes de possuir! O reflectido pelo espelho aquático já lá estava mas escondido pelas pequenas marolas fica-nos impossível distinguir o casario.
O rio esse quando quer, de mãos dadas com o vento, pára e redobrando a beleza vai dizendo:
-Vedes, são casas e oficinas, casarões e faculdades, esquinas e janelas, muros, telhados, varandas, lá em cima a torre sublima, sempre visível, imponente até de noite, iluminada! Sim... são rosas senhores! Tal como rosas eram os nacos de pão, as moedas de prata que do regaço de Isabel, brotaram caindo!
A cidade, essa o Mondego vendo, masjético, sereno e vagaroso, sempre prostrado a seus pés, ao gótico convento, velho mosteiro murmurando novas das Beiras, deita-se nele, embriagada pelas queimas e latadas, abraça-se a ele e parece pedir-lhe que a passe também a ela por debaixo da formosa ponte para que rodopiando nos vórtices das suas águas ao passar os seus pegões, dance com ele eterno namorado uma balada vestida de negro, acompanhada a guitarra seguindo o repicar dos sinos na alta torre.
Que saudades. Fosse eu crepadeira não mais pararia de chorar o dia em que a deixei. Resta-me por memória e pelas saudades que tinha já antes de as ter guarda-la arduamente no meu peito, amá-la até que os meus dias finarem.

Nesta loucura vos deixo e sem preconceitos e como Coimbrão :
Um beijo aos dois
Obrigado João Pedro

Álvaro José

JPG disse...

Ela continua linda...

Por incrível que pareça, cada vez que me aproximo da zona da Ponte de Santa Clara, não consigo deixar de admirar a beleza deste "postal".

Buxexinhas disse...

Que bonito SuperFebras :) Não descreveria melhor as saudades antes de as ter... Beijinho grande