Quando frequentei o ensino preparatório, havia um colega a quem chamavam “peidoso”. Não era da minha turma e a convivência resumia-se a um ou outro jogo de futebol, no campo ao ar livre e com o ruído comum em escolas repletas - como acontecia na época -, daí não ter como comprovar o sentido de oportunidade de quem o alcunhou. O certo é que a alcunha pegou e a pré-adolescência pode ser cruel ao ponto de ter ficado conhecido durante uns anos por tal expressão.
Já o nosso Salvador Ventosidades, não se limitou a fazer como o cavalo no 4 de Julho, que vai “cagando e andando, e ainda lhe batem palmas”. Flatulência Sobral resolveu ir mais longe e, qual Bocage “o pum que aquela senhora deu, não foi ela, mas fui eu!”, anunciou ainda mais algo comum aos mamíferos em geral, mas que por decoro cultural e evolução civilizacional, não se faz publicamente.
Já não é propriamente um miúdo, está longe de ser um humorista e dificilmente terá comparação com grandes nomes da música portuguesa, mas a sua noção de “acima dos demais”, permite-lhe estar-se a “marimbar” (poderia ter utilizado aqui outra palavra, mais próxima do nosso festivaleiro bufas) para o público que o aplaude.
Afinal ele é superior, a mãe é “Posser Villar” e o pai “Braamcamp Sobral”, estudou nos Estados Unidos, fala inglês fluentemente, aprecia e canta Jazz… não suporta mesmo é o povão, as massas. De resto, nunca percebi bem porque haveria ele de concorrer a tantos concursos desde tenra idade, ou mesmo a um festival da canção, perante tal superioridade musical.
Ter-se-á esquecido que o concerto era de beneficiência para uma causa em que morreram de forma trágica dezenas de pessoas? Não lhe ocorreu que estava na presença das mais altas figuras da nação? Ter-lhe-á escapado que além dos milhares presentes, vários milhões em casa, além de contribuírem, não teriam como mudar de canal, pois passava nos 3 generalistas e nem todos têm acesso a TV paga?
Não pode valer tudo a esta “elite” mediática!!! Afinal quem idolatra tal personagem, tem outros valores, certamente.
Mas para não correr o risco de ser retrógrada e conservador, pois daí a ser apelidado de fascista - por alguma esquerdalha, entenda-se - vai menos de um fósforo, termino utilizando terminologia mais próxima do verdadeiro “peidoso” (pois a 1ª entrada do Google com a palavra “peido”, remete imediatamente para o S.S.), reitero que para mim, é indiferente, que ele se peide para dentro, já os seus tiques sempre que lhe dão tempo de antena, não valem um peido!!!
P.S. - para o dia 6 de Julho, no convento de S. Francisco, em Coimbra, penso preparar uma tarja com o slogan “Salvador, dá o peido-mestre!”