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«São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim, porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.»
Professor Agostinho da Silva





10 junho 2017

Das eleições...


Por ordem crescente... a política, os partidos, as eleições e as autárquicas conseguem pôr a nu o que de pior o ser humano tem!

Há quem faça da política um "Sporting X Benfica, agindo muito mais pela emoção e gosto pessoal, do que pelas ideologias e convicções.

Quando se aproximam actos eleitorais as coisas aquecem, mas as eleições autárquicas têm o dom de fervilharem pensamentos, discussões e até conflitos entre pessoas amigas, que se respeitam, mas acham natural, para terem mais uns votos, legitimarem picardias estéreis e que podem magoar terceiros.

Se para eleições nacionais e europeias, a expressão de Saramago tem cada vez mais sentido. Reparem que nos últimos anos não se discute se "A" ou "B" fez melhor, antes se "A" ou "B" roubou mais ou menos.

A classe política de uma maneira geral encontra-se num pântano e vai chafurdando, chegando mesmo a subverter valores morais na sociedade "já ouvi a propósito de escândalos de corrupção "fez ele muito bem! Os outros também fazem o mesmo!"

Bancos, Rendas de energia, escândalos vergonhosos que nem o "negócio" do sangue fica de fora.

Talvez por nunca ter sido militante de qualquer partido (não conseguiria, pois apesar de concordar com medidas de todos, não há um único no qual me reveja mais de 50%, daí não ser capaz de assinar qualquer proposta), já fui convidado por CDS/PSD/PCP/BE (o PS nunca o fez) para integrar/encabeçar listas.

Quero acreditar que não seja propriamente uma prostituta política (que vai com qualquer um), antes o reconhecimento que independentemente da ideologia em causa, poderia acrescentar algo.

Nunca aceitei, pois entendo que à frente das freguesias, cargo importante pela proximidade, conhecimento do terreno e das situações, deviam estar os melhores (e esses estão espalhados por várias candidaturas).

A cidade do Porto é governada por um independente, numa lista sem partido a suportar. Quando tal acontecer por onde vivo, pondero ter participação mais activa. Até lá, vou dando contributos sempre no sentido de melhorar o que vai sendo feito.

Aprecio a abnegação de quem se candidata, pois assumem posições, trabalham e respeito-os por isso. Mas a cada 4 anos confirmo que não tenho perfil para subserviência - é disto que se trata - quando se concorre com uma sigla por trás. Digiro mal sapos e fico mais confortável numa posição em que não tenha que defender vigaristas, só porque são "camaradas"!

Uma última palavra de apreço por aqueles que estando na política partidária, vão sabendo gerir os seus valores pessoais (que os têm) e ainda que em certos locais não o possam fazer, vão assumindo as suas posições (contra as pessoas dos partidos em que militam) junto de quem confiam.

Termino, poi mais parece um discurso daqueles que acusei :)

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